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Casada de Fresco

Casada de Fresco

De volta com creme de ervilhas

por Mafalda Margarida, em 02.04.16

Estou de volta, depois desta saída estratégica... Não vão acreditar! Já não estou desempregada!!  Fui colocada a dar aulas em Manteigas, sopé da Serra da Estrela, distrito da Guarda, bem próximo de Sameiro, terra do Rodrigo. É uma estafa, diariamente, ir até à escolinha, mas estou a gostar imenso, há tanto tempo que não dava aulas, que já nem me lembrava de como se fazia! Estou muito contente, de verdade que estou. Estava com algum receio de ficar com o primeiro ano, há muitos anos que não ensino meninos a ler e a escrever, estou completamente destreinada. Mas é uma turminha com apenas 12 alunos, todos do terceiro ano, dificilmente poderia ser uma situação melhor (só se fosse um quarto ano - quanto maiores, menos responsabilidade, se bem que são os primeiros anos que me dão mesmo mais gozo; mas para voltar a ganhar prática, é preferível meninos mais autonomos). Andei a vasculhar por todo o lado pelos meus materiais de terceiro ano e a organizar mesmo muita coisa, não tive tempo para nada. Se bem que os manuais agora trazem tanta coisa, que não é preciso muito mais. Eu depois vou falando um pouco mais acerca da minha nova experiência. Vou é gastar muito dinheiro com a porcaria da  gasolinha, mas vou ter de gerir isto muito bem. Se calhar, um dia por outro, até fico em casa dos meus sogros, em Sameiro. 

 

Está na hora de voltarmos às aventuras com a yammi e afins. Hoje foi uma aventura e pêras! tudo começou com eu a querer fazer uma sopa para o Rodrigo, um creme de ervilhas (receita aqui). No entanto, como as sopas da yammi tendem a ficar demasiado grossas, coloquei-lhe mais água. O Rodrigo queixa-se sempre um bocado e acabamos a ter de acrescentar água depois. Então, desta vez, resolvi colocar cerca de 900 ml de água, em vez dos 800 ml indicados na receita. 

 

O problema foi que a bichana não gostou nem um pouco da novidade. Achou que a carreguei muito com trabalho e na fase final, quando é preciso triturar e ir da velocidade 4 até à 7, desatou a mandar-me com a sopa toda para fora. Até pensei que a borracha talvez já esteja a vedar mal. Parei para a bichinha descansar e limpar a cena verde que ficou a escorrer pela máquina. Isto, estava eu na velocidade 5 ou 6, já não sei, e cheia de medo de continuar com o procedimento. Mas eu sou uma mulher corajosa, e continuei mesmo. Programei mais um minuto e lá comecei na velocidade em que havíamos ficado antes (creio que era mesmo a 5). Só que, no arranque, ainda não percebi bem porque diabos, a bicha espirrou uma grande esguichadela de sopa verde borda fora, mas assim uma cena valente, do tipo de uma pessoa ficar a pensar se é uma yammi que tem ou alguma criancinha mal criada das que não gosta de sopa e deita fora quando a tentam obrigar a comer. Fez-me lembrar aquela cena do Mr.Bean e do seu bife tártaro. Tal como aconteceu com o tal do bife, também aqui em casa havia sopa verde na parede, no chão, na caixa do pão que tem aqueles veiozinhos horrorosos onde se mete tudo quanto não é assim lá muito sólido, no forno pequenito que tenho em cima da bancada, no suporte do papel de cozinha e no próprio papel de cozinha. Valha-me Deus, só agora me lembro que deveria ter tirado uma foto, porque se não vocês não acreditam em mim. Ainda não aderi a esta moda actual de filmar e fotografar as desgraças todas, e estar-se a borrifar para se alguém está a morrer ou não. Aqui fui eu mesma que fiquei para morrer, porque além das coisas que já referi que ficaram cheias de sopa verde, também no meu vestido e na blusa que trago por baixo, a sopa adquiriu uma consistência deveras estranha, resistente ao pano amarelo da vileda húmido que tentei usar para minimizar os danos. Limpei muito limpei. Mas pronto, lá a coisa se regularizou e a sopa ficou boa. E agora dizem-me as gentes que se eu tivesse uma bimbi era tudo muito mais limpinho e asseadinho, e eu digo pois, mas não era tão divertido. 

 

WP_20160402_00_27_38_Pro[1].jpg

Ah, e estou a esquecer-me que também havia sopa verde na torradeira e no fio de ligar a torradeira à corrente. Ainda pensei que deveria ter usado um avental do gato preto muito giro que eu tenho, mas logo percebi que pouco adiantaria, porque o maior estrago até foi, precisamente, na gola da minha blusa, coisa à qual não adiantaria de nada um avental, certo?

 

Mas pronto, a sopinha ficou deliciosa, como sempre, que já lhe provei uma colherzinha. Alguém é servido? 

 

 

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